No dia 15 de novembro assinala-se o Dia Mundial do Sangue do Cordão Umbilical, efeméride que partiu da necessidade de expandir o conhecimento sobre as potencialidades do sangue do cordão umbilical a nível global.
Em 1988, um acontecimento mudaria para sempre a forma como olhávamos para o nosso corpo e o para momento do nascimento: um transplante de células-tronco do sangue do cordão umbilical, realizado pela Dra. Eliane Gluckman, em França, que salvou a vida de um menino que lutava contra a Anemia de Fanconi. Desde então, há já 34 anos, médicos em todo o mundo começaram a explorar as possibilidades de usar esta nova fonte de células estaminais. Todos os dias, em várias partes do mundo realizam-se transplantes de células estaminais com origem no sangue do cordão umbilical.
De acordo com a Cord Blood Association, associação internacional que tem como missão promover os bancos de células estaminais e a utilização deste material biológico, até à data já se realizaram mais de 60 mil transplantes de sangue do cordão umbilical a nível global, visando tratar mais de 80 doenças potencialmente fatais, incluindo doenças hemato-oncológicas, como leucemia, linfomas e anemia falciforme.
As células estaminais, provenientes do sangue do cordão umbilical, têm-se revelado promissoras no tratamento do VIH e no campo da medicina regenerativa. Vários estudos têm sido feitos para avaliar as potencialidades no tratamento do autismo, diabetes, acidente vascular cerebral, lesão medular, lesão cerebral, entre outras patologias. Para este tipo de patologias qualquer ajuda terapêutica é importante e bem-vinda, pois pode-se traduzir em melhorias significativas no quotidiano dos doentes e seus familiares.
Neste contexto, as aplicações do nosso próprio material biológico motivam uma área de investigação com enorme potencial. Tanto o sangue, como o tecido do cordão umbilical, são um bem precioso que não deve ser desperdiçado no momento do nascimento. O maior número e qualidade das células estaminais, a colheita não invasiva, que é indolor e sem qualquer tipo de risco para a mãe e para o bebé, assim como a capacidade de preservação sem interferir com a qualidade, são algumas vantagens diferenciadoras do sangue do cordão umbilical.
No Mundo, existem bancos familiares ou privados de células estaminais em 99 países e bancos públicos em 46 países, onde estão criopreservadas milhões de amostras. Em Portugal, o setor da criopreservação soma cerca de 19 anos. No país, além dos bancos privados, existe também um banco público, no Porto, e dois familiares, no Porto e em Coimbra. Estes dispõem das mais altas acreditações existentes no setor, atestando as melhores práticas e operação com a mais avançada tecnologia disponível, de tal forma que são reconhecidos internacionalmente como dos melhores do mundo.
Por todos estes motivos, guardar as células estaminais do cordão umbilical no momento do nascimento do bebé revela-se uma decisão acertada, podendo salvaguardar mais tarde eventuais complicações de saúde.
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Artigo Escrito Por: Luís Melo, Administrador da BebéVida