Em Maio de 2020, a Agência Espanhola de Medicamentos aprovou um ensaio clínico fase dois (com pacientes) para testar se se encontra um tratamento eficaz contra a COVID-19 no tecido do cordão umbilical.
Na altura, estavam em curso, a nível mundial, 1.100 investigações para tentar desenvolver um medicamento capaz de atenuar os efeitos do coronavírus, embora a maior parte delas se concentre na aplicação de cocktails de medicamentos antivirais. Apenas 44 estavam a mergulhar no promissor universo das terapias celulares.
Foi também nesse sentido que a equipa do Dr. Luis Madero, chefe de Oncologia do Hospital Infantil da Universidade Niño Jesús e Consultor Científico da BebéVida estiveram a trabalhar. A ideia era utilizar um tipo de célula estaminal (mesenquimal) encontrada no tecido dos cordões umbilicais e que tem poderes imunomoduladores, ou seja, é capaz de controlar a resposta excessivamente agressiva do sistema imunitário de um paciente quando este é afectado por um vírus.
No caso da COVID-19, o objectivo era evitar a hiperinflamação gerada pelo coronavírus nos casos mais graves, que pode levar à morte: “A doença causada pelo vírus tem três fases – explica o Dr. Luis Madero -: a primeira revela sintomas como febre, tosse ou mal-estar geral; depois, em alguns pacientes, o vírus penetra nos pulmões e aparece a pneumonia bilateral; finalmente, alguns deles desenvolvem um processo inflamatório muito importante que leva à falência de múltiplos órgãos e à morte. Actuamos na fase pulmonar da doença: nos doentes que já são graves porque têm pneumonia bilateral, mas que ainda não atingiram a fase de hiperinflação.
Confira aqui a entrevista dada por Luís Madero à Adn40, em Agosto de 2020, sobre este estudo.