A Osteoartrite (OA) é uma doença articular debilitante que afeta mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, com tendência crescente à medida que a população envelhece. A OA é causada pela degeneração progressiva e irreversível da cartilagem articular, causando dor, inchaço e imobilidade na articulação afetada. Estes tipos de doenças ósseas degenerativas têm um impacto significativo na saúde global e a regeneração da cartilagem articular continua a ser um desafio.
Embora as terapias atuais se concentrem no alívio dos sintomas, aos dias de hoje, não existem abordagens terapêuticas que consigam restaurar a cartilagem degenerada, pelo que urge encontrar um tratamento alternativo que permita a regeneração da cartilagem.
A utilização de células estaminais para a regeneração de cartilagem pode ser uma abordagem terapêutica interessante para encontrar tratamento para esta patologia.
Na busca pelo tipo certo de células estaminais para a regeneração da cartilagem, Zhonghan Li e os seus colegas da Universidade de Sichuan, na China, concentraram-se nas chamadas células progenitoras de condrócitos. Conforme publicado na revista Stem Cell Reports, durante a embriogénese dos vertebrados, as células progenitoras de condrócitos dão origem à cartilagem, osso e tendão dos membros, o que sugere que este tipo de células estaminais tem uma capacidade intrínseca naturalmente elevada de produzir cartilagem.
Ferramentas genéticas
Para testar esta hipótese, os investigadores utilizaram ferramentas genéticas para isolar as células progenitoras de condrócitos do desenvolvimento de embriões de ratos. Surpreendentemente, após a injeção nas articulações dos joelhos de ratos domésticos com OA, as células progenitoras de condrócitos geraram eficientemente nova cartilagem, enquanto as células estaminais mesenquimais ou estromais (MSCs) administradas a um grupo separado de ratos domésticos não o fizeram. Apesar destes resultados encorajadores, as células progenitoras de condrócitos não podem ser facilmente obtidas em humanos.
Para superar esse obstáculo, Li e os seus colegas recorreram às células estaminais pluripotentes humanas (hPSCs), que são células estaminais imaturas que podem ser cultivadas em grandes quantidades em laboratório.
Após extensa otimização do protocolo, os pesquisadores obtiveram células progenitoras de condrócitos derivadas de hPSC, que se assemelhavam muito às células progenitoras de condrócitos com base na expressão de genes e proteínas. Os cientistas observaram que, tal como os seus homólogos embrionários, estas produziram uma nova cartilagem quando transplantadas nos joelhos de ratos com OA.