Um grupo de investigadores da Universidade de Osaka (Japão) criou adesivos regenerativos para tratar a insuficiência cardíaca utilizando células estaminais pluripotentes induzidas (iPSCs), uma investigação apoiada pela prestigiada revista científica Nature.
Estas são as primeiras folhas de cardiomiócitos (células do músculo cardíaco) derivadas de células iPS alogénicas (retiradas de diferentes indivíduos da mesma espécie) destinadas ao tratamento de humanos e cuja comercialização está a ser desenvolvida pelo professor emérito desta universidade no oeste do Japão, Yoshiki Sawa.
Uma alternativa ao transplante
O avanço é significativo por si só para o campo da medicina e ainda mais para o Japão, um país com falta de dadores que se tornaria o primeiro do mundo a trazer ao mercado esta tecnologia regenerativa para o coração, se o seu uso for aprovado.
Sawa lidera o grupo de cientistas que poderá garantir que daqui a cerca de três anos os hospitais tenham este recurso inovador para tratar pacientes cujo coração não bombeia como deveria, tornando-se uma alternativa ao transplante ou à implantação de dispositivos de assistência ventricular.
As folhas de cardiomiócitos iPS são capazes de tratar a cardiomiopatia isquémica (estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração, fazendo com que as paredes desse órgão fiquem mais finas e incapazes de bombear corretamente) e foram testadas com sucesso em oito pacientes japoneses, diz Sawa, resultados que a revista Nature descreveu como “promissores” num artigo em agosto de 2022.
Tecido de laboratório
Dispostos em placas e frascos de cultura, dois patches foram mostrados pelo professor durante a visita da imprensa internacional ao seu laboratório em Osaka
A tecnologia utilizada, iPSCs, é um novo tipo de células estaminais pluripotentes geradas pela primeira vez em 2006 em ratos domésticos e representa um recurso potencialmente importante para aplicações em medicina regenerativa, segundo o Centro de Pesquisa e Aplicação de Células iPS da Universidade de Kyoto (CiRA).
As iPSCs, derivadas de células adultas, podem diferenciar-se em qualquer tipo de célula do corpo e proliferar em cultura indefinidamente, e foram iniciadas pelo cientista japonês Shinya Yamanaka, que fez parte do grupo de pesquisa responsável pelo projeto.
Fonte: https://www.diariodesevilla.es/sociedad/laminas-celulas-creadas-japon-regenerar_0_2001175204.html