Foi publicado no website Parents Guide to Cord Blood um artigo onde é abordado o papel importante que o sangue do cordão umbilical pode vir a ter no tratamento da Esclerose Múltipla.
A Esclerose Múltipla é uma doença neuro degenerativa, incapacitante, e que resulta da degradação das bainhas de mielina que revestem as fibras nervosas do sistema nervoso central. Os sintomas podem ser variados, mas os mais comuns são a fadiga e a falta de coordenação motora.
Nos EUA existem cerca de 1 milhão de pessoas com esclerose múltipla, sendo mais frequente nas mulheres do que nos homens.
Em determinados tipos de esclerose múltipla, é já efetuado o transplante de células estaminais obtidas da própria medula óssea do paciente, procedimento testado no âmbito de vários ensaios clínicos que têm sido levados a cabo nos últimos 10 anos. Inclusivamente, a Sociedade Americana de Esclerose Múltipla (National Multiple Sclerosis Society), recomenda o transplante hematopoiético em pacientes com idade inferior a 50 anos, com diagnóstico da doença há menos de 5 anos.
É importante sublinhar que, apesar do transplante com células estaminais autólogas em pacientes com esclerose múltipla ainda não ser considerado um tratamento bem estabelecido, os estudos realizados ao longo dos últimos anos mostram que esta abordagem clínica tem melhores resultados do que verdadeiramente os medicamentos aprovados pela FDA.
Em Junho foi registado mais um ensaio clínico promissor para tratamento da forma progressiva de esclerose múltipla com sangue do cordão umbilical.
Este ensaio clínico conta com a vasta experiência da equipa da Dra. Joanne Kurtzberg, da Duke University, que ao longo dos últimos 10 anos se tem dedicado ao tratamento de doenças metabólicas hereditárias em crianças. Este grupo de investigação, no âmbito dos seus estudos, identificaram a capacidade do sangue do cordão umbilical poder promover a remielinização das bainhas que revestem as fibras nervosas. A partir daí, desenvolveram um produto à base de sangue do cordão, ao qual deram o nome de DUOC – Duke University O-Cells, que permitem, através de um mecanismo, estimular os oligodendrócitos, as células que produzem a mielina.
Estes avanços são de uma importância vital para os bancos de sangue do cordão que guardam milhares de amostras de sangue do cordão umbilical e que podem vir a ser muito úteis no futuro para tratamento da esclerose múltipla.