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A médica e investigadora, Dra. Joanne Kurtzberg dá uma entrevista surpreendente a um jornal israelita, no passado dia 6 de Abril.
Resumo da entrevista à Prof. Joanne Kurtzberg:
A Dra. Joanne Kurtzberg acrescenta: “ Eu só espero que aqueles que continuam a descartar o sangue do cordão umbilical (SCU) se apercebam que o SCU é um “tesouro”.
Dra. Joanne Kurtzberg: “Eu concordo com a definição de “milagre” para descrever aquilo que está a acontecer com o uso do sangue do cordão umbilical. Quando vemos uma criança a levantar-se de uma cadeira de rodas e andar eu só consigo encontrar uma palavra – Milagre!
Quando uma criança não consegue movimentar o seu braço, e após o tratamento consegue pegar num garfo e alimentar-se sozinha, isto só tem um nome – “Milagre”. Um rapaz que mal conseguia falar e após o tratamento consegue cantar, continuo a apelidar de milagre. Mas eu não sou responsável pelo milagre.”
Jornalista: Então quem é?
Dra. Joanne Kurtzberg: O responsável é o sangue do cordão umbilical. Há 32 anos atrás, quando eu estive grávida do meu primeiro filho, perguntei ao meu ginecologista porque deitava fora o sangue do cordão umbilical. Eu acreditava que poderia ser útil no futuro e que por isso deveria ser guardado. Face a estas minhas palavras o ginecologista disse: Esqueça isso. Isso é tudo ficção científica.
Dra. Joanne Kurtzberg: “Estou muito contente por poder ver que a ciência poderá, mais uma vez, encontrar soluções para doenças que à partida não têm grande expectativa de cura.”
Infelizmente, nos EUA e mesmo em Israel ainda há médicos que questionam a utilidade do sangue do cordão umbilical. No entanto, os médicos e particularmente os obstetras são os únicos profissionais de saúde que acompanham a grávida, durante todo o período de gravidez, e por isso são os únicos que podem informar convenientemente as grávidas sobre a possibilidade de recolha do SCU.
Jornalista: Deixe-me questiona-la se fazer um transplante de sangue do cordão umbilical sempre foi um sonho de criança?
Joanne Kurtzberg: Obviamente que não. Cresci em Nova Iorque, de forma igual a tantas outras crianças. Tocava piano e por isso estudava num colégio de música. Nunca pensei na medicina. Contudo, e de forma a financiar os meus estudos, trabalhei durante algum tempo com crianças autistas que viviam numa permanente redoma em que pequenos sons era o único contacto com o mundo exterior. Esta transição radical, entre o isolamento absoluto para a interação com outras pessoas, fascinou-me desde o primeiro dia. E por isso decidi aprender mais sobre autismo.
Joanne Kurtzberg: “As crianças que foram sujeitas à infusão das células estaminais revelaram melhoria significativas ao nível motor e cognitivo um ano após a infusão.”
O estudo do autismo levou-me a procurar uma universidade de medicina nos EUA e por isso uma coisa levou a outra. Especializei-me em Pediatria conclui uma subespecialização em hemato-oncologia pediátrica e comecei a entrar no novo mundo das transplante com células estaminais. Em 1988, participei no primeiro transplante com sangue do cordão umbilical pois fui eu que identifiquei o paciente e levei para Paris de forma a ser realizado o primeiro transplante com sangue do cordão liderado pela Prof. Eliane Gluckman. Depois de casar com um médico de neuro-oncologia mudámo-nos para a Carolina do Norte. Tratei uma criança recém-nascida com Anemia de Fanconi, doença hereditária que danifica a medula óssea. Monitorizei o paciente desde o dia em que nasceu até aos 5 anos de idade e para salvar a vida daquela criança apenas tinha para oferecer um transplante com sangue do cordão umbilical. Os pais aceitaram desde logo a minha sugestão pois já tinham feito tudo para tentar salvar o seu pequeno filho.
Recentemente, concluímos com sucesso um estudo inovador previamente aprovado pelo FDA para tratamento de crianças com paralisia cerebral com sangue do cordão umbilical e cujos pais optaram por fazer a recolha e criopreservar o sangue do cordão umbilical em bancos privados.
O estudo envolveu 63 crianças dos 1 aos 6 anos de idade. Metade das crianças foram sujeitas a uma infusão com células estaminais do sangue do cordão umbilical e a outra metade foram sujeitas a um efeito placebo. As crianças que foram sujeitas à infusão das células estaminais revelaram melhoria significativas ao nível motor e cognitivo um ano após a infusão. Segundo a Dra. Joanne “o estudo ainda não foi publicado mas espero que esta entrevista tenha um bom acolhimento por parte de todos os médicos, mesmo aqueles que continuam a não aconselhar a criopreservação e a descartar o sangue do cordão umbilical.”
Da longa entrevista dada pela Dra. Joanne Kurtzberg ficam aqui algumas das declarações mais importantes:
“Quando se fala do transplante de sangue do cordão umbilical imagina-se uma intervenção cirúrgica de grande envergadura. Contudo, o transplante não é mais do que um simples procedimento de infusão intravenosa do preparado com células estaminais.”
“ Os efeitos da infusão das células estaminais nas crianças com paralisia cerebral só são visíveis ao fim de 2 anos. No entanto, alguns pais já referem que, dois meses, após a infusão já são visíveis melhorias principalmente na linguagem utilizada como na descodificação das mensagens transmitidas pelos pais.”
“A Prof. Joanne Kurtzberg está otimista quanto ao estudo que está a levar a cabo em crianças com Autismo. É como fechar um ciclo depois do meu primeiro emprego ter sido tratar crianças com Autismo.”
Fonte: http://parentsguidecordblood.org/en/news/prof-joanne-kurtzberg-interview-israel
O Laboratório BebéVida disponibilizou uma amostra de sangue que integrou o ensaio clínico da Prof. Joanne Kurtzberg.
Aos 17 meses, uma menina portuguesa com paralisia cerebral, que tinha guardado o seu sangue do cordão umbilical no laboratório Bebé Vida participou num ensaio clinico, nos EUA, com a Dra. Joanne Kurtzberg.
A amostra de sangue do cordão umbilical disponibilizada em Abril de 2010 estava criopreservada no laboratório Bebé Vida desde 2008. Esta amostra cumpria todos os requisitos de qualidade e foram rigorosamente cumpridos todos os procedimentos impostos pelo centro de terapia – Universidade de Duke, Estados Unidos da América.
Segundo os pais da menina, esta apresentou, após a primeira infusão, melhorias significativas ao nível da coordenação dos membros superiores (conseguindo alcançar objetos e interagir com os brinquedos), um maior controlo axial e cefálico, ou seja, das costas e da cabeça. Após a segunda infusão, os pais sentiram uma grande melhoria ao nível da comunicação e referiram que os músculos estavam mais relaxados e normalizados o que permite a realização de movimentos voluntários.