No passado mês de Abril foram publicados na prestigiada revista Stem Cells Translation Medicine os resultados de um ensaio clínico de fase II de tratamento de bebés prematuros com Displasia Broncopulmonar.
Após o ensaio clínico de fase I, onde foi garantida a segurança do procedimento de infusão de células estaminais mesenquimais em bebés prematuros com Displasia Broncopulmonar, era fundamental provar o efeito terapêutico do procedimento.
O ensaio clínico de fase II, com grupo de controlo e duplamente cego, envolveu bebés prematuras com 23 a 28 semanas de gestação, tendo recebido ventilação mecânica devido à deterioração da capacidade respiratória registada entre o 5º e 14º dia pós nascimento.
Os bebés foram divididos em dois grupos em função do tempo de gestação. Um grupo com bebés com 23 a 24 semanas de gestação e outro grupo com bebés com 25 a 28 semanas de gestação. Posteriormente, e de forma randomizada, metade do grupo (33 bebés) foram sujeitos a infusão de células estaminais e outro grupo (33 bebés) foram sujeitos ao placebo.
Os resultados do estudo permitiram concluir uma vez mais sobre a segurança do procedimento mas também demonstrando uma tendência marcada no efeito terapêutico, nomeadamente na prevenção dos casos mais severos, ou seja, em bebés com 23 a 24 semanas de gestação cujo risco de vida é considerável.
Por isso, os investigadores também concluíram sobre a necessidade de levar a efeito outro ensaio clínico de fase II, com uma maior número de bebés que permita chegar a resultados estatisticamente robustos, nomeadamente no grupo de bebés prematuros com 23 a 24 semanas de gestação onde o risco de vida é considerável.
A Displasia Broncopulmonar é uma patologia mais comum em bebés prematuros. Caracteriza-se por lesões pulmonares que alteram as vias respiratórias e sujeita os pacientes a ventilação mecânica, por longos períodos.