A cada dia que passa a comunidade científica sabe mais sobre o Coronavírus. Por isso, a Cord Blood Association, recorrendo a um conjunto de especialistas (investigadores e médicos), fez uma atualização de algumas respostas a questões que dadores e profissionais de saúde colocam todos os dias sobre a pandemia e a colheita e armazenamento do sangue e tecido do cordão umbilical.
As amostras de sangue e tecido do cordão armazenadas em bancos de sangue do cordão, sejam públicos ou privados estão a salvo da pandemia do Coronavírus?
Sim, as amostras estão a salvo por diversas razões:
Primeiro, porque a criobolsa onde estão armazenadas as amostras de sangue têm marcação CE e por isso testadas em termos da sua integridade física, garantindo níveis de estanqueidade absoluta.
Segundo, porque sendo as amostras de sangue do cordão guardadas numa segunda bolsa protetora – chamada de overwrap, conferem uma dupla proteção às amostras.
Terceiro, porque as amostras são guardadas em tanques de azoto líquido em fase de vapor garantindo uma proteção extra quando comparado com tanques em azoto líquido em fase líquida.
A BebéVida, desde o arranque da sua atividade, utilizou sempre bolsas secundárias – overwrap e tanques em fase de vapor.
As amostras de sangue e tecido do cordão podem continuar a ser colhidas em segurança nos hospitais portugueses?
Sim, as amostras de sangue e tecido continuam a ser colhidas em segurança nos hospitais portugueses pois desde o início da pandemia os hospitais portugueses realizam a todas as grávidas, até 72 horas antes do parto, o teste respiratório ao SARS CoV-2.
A BebéVida adotou o procedimento de não criopreservar amostras de mães com teste de Covid-19 positivo.
A atividade dos bancos de sangue do cordão continuam em funcionamento em tempos de pandemia?
Em Portugal todos os bancos e maternidades mantiveram a sua atividade em pleno funcionamento com a implementação de todas as medidas adicionais em tempos de pandemia.
Existem algumas directrizes das Autoridades de Saúde Portuguesas e Europeias quanto à actividade dos bancos de sangue do cordão em tempos de pandemia?
Sim, as autoridades portuguesas e europeias, bem como outros organismos regulatórios recomendam que deverá ser obtida informação adicional através de inquérito às dadoras dos seguintes aspectos:
- Existiu contacto próximo com pessoas infectadas ou suspeitas de estar infectadas com SARS CoV-2?
- A dadora está infectada ou suspeita de infecção com SARS CoV-2?
- Obteve um teste positivo para o SARS CoV-2 mas nunca desenvolveu sintomas?
A agência regulatória americana – FDA estabeleceu ainda que as mães que já tenham sido vacinadas para Covid-19 podem fazer recolha de sangue e tecido do cordão. Além disso, a FDA recomendou a todos os bancos de sangue do cordão que fizessem uma análise de risco em todas as suas vertentes para garantir segurança biológica das amostras armazenadas.
Durante a gravidez a grávida poderá transmitir ao feto Covid-19?
Apesar de a probabilidade de a grávida transmitir a doença ao feto ser muito baixa, o certo é que existem registos de amostras de sangue do cordão onde foi detectado SARS CoV-2 colhidas em grávidas contaminadas com o Covid-19.
Em caso de transplante o COVID-19 poderá ser transmitido ao paciente?
Até à data não há registo de pacientes transplantados terem sido contaminados por Covid-19. Além disso, no passado, não há qualquer registo de transmissão ao paciente de vírus respiratório na sequência do transplante.
O sangue do cordão pode ser uma fonte alternativa de células estaminais em transplante se o dador vivo não estiver disponível?
Em tempos de pandemia, o sangue do cordão umbilical desempenha um papel fundamental como fonte de células estaminais para transplante hematopoiético pois todas as amostras armazenadas antes do 1º caso de Covid-19 tem 100% de garantia que não estão contaminadas com o SARS CoV-2. Um dador de medula óssea ou sangue periférico mobilizado pode estar contaminado com Covid-19 impedindo a sua recolha.
O sangue do cordão poderá ajudar no tratamento do Covid-19?
O sangue do cordão, o tecido do cordão e a placenta podem ter um papel importante no tratamento dos casos agudos de Covid-19, nomeadamente as células estaminais mesenquimais que congregam em si propriedades anti- inflamatórias que podem ajudar em síndromes respiratórios agudos.