O Hospital Nacional de Paraplégicos de Toledo apresentou os avanços da sua investigação que tem como principal objetivo obter um medicamento a partir da utilização de células estaminais com potencial terapêutico para a reconstrução e reparação de tecidos.
A investigação, realizada pelo grupo de Fisiopatologia e Medicina Regenerativa, dirigido pelo Dr. Rafael Moreno Luna, tem como foco a utilização de células estaminais mesenquimais e endoteliais. Moreno Luna explicou que a sua pesquisa é centrada no paciente e estuda os mecanismos moleculares e celulares envolvidos na regeneração tecidual após uma lesão por pressão.
“Para atingir este objetivo, adotamos duas abordagens complementares: em primeiro lugar, investigamos a fisiopatologia da lesão para compreender as causas subjacentes à perda tecidual e o estado das populações celulares do paciente. Este conhecimento é essencial para desenhar estratégias de intervenção eficazes e seguras. Em segundo lugar, com base nos dados preliminares obtidos, procuramos desenvolver protocolos eficazes e seguros para a regeneração e cicatrização destas feridas”, observou.
O objetivo imediato da pesquisa é acelerar o avanço da pesquisa pré-clínica em direção ao desenho e preparação de uma estratégia baseada em células para chegar a um ensaio clínico que valide tanto a eficácia quanto a segurança do tratamento proposto, envolvendo pacientes com e sem lesão medular.
Resultados “esperançosos”
Por outro lado, pretende avançar na obtenção de autorização para utilização de medicamentos de terapia avançada, continuar a gerar conhecimento sobre o medicamento em benefício dos pacientes e da sociedade e tentar obter autorização centralizada.
“Os resultados da investigação são muito encorajadores e agora o grupo assume desafios de vários tipos, desde combinar eficazmente o efeito das células mesenquimais e endoteliais, até encontrar uma matriz, um hidrogel biocompatível com os tecidos humanos que sirva de suporte para promover efeitos regenerativos, analisar todos os tipos de questões de segurança e efeitos colaterais ou promover o envolvimento de equipas multidisciplinares que promovam o projeto”, afirma Moreno Luna.
Em 2018, o grupo de pesquisa já levantou recursos competitivos do Instituto de Saúde Carlos III, entidade dependente do Ministério da Saúde de Espanha, para o projeto original cujo objetivo era validar a existência de células estaminais mesenquimais e endoteliais com potencial terapêutico em pacientes crónicos com lesão da espinal medula e úlceras de pressão.
Desde então, esta investigação obteve co-financiamento de diversas instituições públicas regionais, nacionais e europeias. Atualmente conta com o apoio do Ministério da Saúde e do Serviço de Saúde de Castilla-La Mancha, bem como da Agência Estatal de Investigação (AEI) do Ministério da Ciência, Inovação e Universidades e a partir de 2024, da Agência de Investigação e Inovação de Castela La Mancha, INNOCAM-2024.
“O facto das instituições mais prestigiadas de Espanha estarem empenhadas num projeto de investigação do Serviço de Saúde de Castilla-La Mancha nos últimos cinco anos, encoraja e reforça o nosso compromisso com esta linha de investigação focada na melhoria da qualidade de vida dos pacientes”, afirma Rafael Moreno Luna.