No passado mês de Junho foram publicados na revista científica Stem Cells Translational Medicine, os resultados de um estudo clínico levado a cabo com células estaminais mesenquimais extraídas do tecido do cordão umbilical para tratar pacientes com distrofia muscular.
A distrofia muscular é uma doença genética, progressiva e sem tratamento bem estabelecido. Apesar de as células estaminais não conseguirem corrigir esses defeitos genéticos, as suas amplas capacidades terapêuticas podem ter um papel importante no alívio das consequências provocadas por essas alterações (stress oxidativo, inflamação, disfunção mitocondrial e necrose).
Neste estudo, foi administrado um produto de terapia avançada contendo células estaminais mesenquimais extraídas do tecido do cordão umbilical a 22 pacientes com distrofia muscular. Os pacientes receberam entre 1 a 5 infusões intravenosas ou intratecais durante o tratamento.
Foram utilizados dinamómetros para avaliar a força produzida a nível muscular antes, e depois da terapia para assim avaliar o impacto do tratamento. Genericamente os pacientes registaram melhorias na força muscular sendo que um dos pacientes até deixou de necessitar da ajuda das muletas e conseguiu regressar à sua vida profissional ativa.
Os resultados são muito promissores, mas os investigadores alertam para a necessidade de se aprofundar e alargar o estudo para que os resultados sejam mais robustos. Outro dos alertas deixado pelos investigadores prende-se com a necessidade ou não de ter que se fazer este tipo de tratamento de forma cíclica para assegurar que as melhorias ao nível muscular se mantêm.
Durante o estudo não foram registados quaisquer efeitos secundários da terapia avançada com células estaminais.