Uma investigação clínica internacional procura determinar a eficácia do tratamento com células estaminais para pacientes com epidermólise bolhosa, uma doença de pele rara, também conhecida como “pele de vidro”.
No âmbito do estudo, cientistas da Fundación Respirar começaram a infundir células estaminais no primeiro paciente da América Latina para tratar a doença genética de pele que ainda não tem cura. Esta terapia é inovadora e pode oferecer uma nova esperança às pessoas afetadas por esta doença.
Na Argentina, um paciente de 31 anos, recebeu a infusão e voltou para casa. Mais de 14 pacientes estão à espera para participar voluntariamente nesta pesquisa.
“Estamos orgulhosos pela participação da Argentina nesta importante pesquisa e pelo facto de que os pacientes do nosso país possam assim beneficiar deste tratamento inovador, que é produto de uma tecnologia extremamente disruptiva”, disse o médico especialista em medicina interna e pneumologista, diretor da Fundación Respirar, Alexis Doreski, que acrescentou: “A nossa fundação faz parte de um estudo que reúne vinte centros de máximo prestígio global e infundimos o primeiro paciente da América Latina”.
O que é epidermólise bolhosa?
A epidermólise bolhosa, coloquialmente conhecida como “pele de vidro”, faz parte de um grupo de doenças de pele hereditárias caracterizadas pela formação de bolhas, úlceras e feridas.
É caracterizada pela extrema fragilidade da pele. Os pacientes sofrem de bolhas e feridas dolorosas que podem surgir ao menor toque, bem como nas membranas das mucosas internas, como boca e esófago.
A doença é hereditária, e causada pela mutação de um ou mais genes, sendo que o seu tratamento até agora era puramente paliativo, focado no controlo da dor e na cicatrização de feridas.
Conforme explicam especialistas da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, “a epidermólise bolhosa é hereditária e geralmente ocorre em bebés ou crianças pequenas.”. “Algumas pessoas não apresentam sintomas até a adolescência ou até a idade adulta.”.
O gene da doença pode ser herdado de um dos pais que sofre desta condição, sendo nesse caso considerado “herança autossómica dominante”, enquanto se for herdado de ambos os pais é uma “herança autossómica recessiva”.
Também pode surgir como uma nova mutação na pessoa afetada que pode ser transmitida.