Esta é a história de um menino que sofreu uma paragem cardíaca prolongada e que foi reanimado, permanecendo em estado vegetativo devido à interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro. Após a infusão do seu próprio sangue do cordão umbilical, ele teve uma recuperação notável nos três anos seguintes.
Este menino alemão de 2 anos era, aparentemente, saudável. Após 3 dias a vomitar, foi internado, tendo passado por uma cirurgia e descobrindo-se então, que um pequeno segmento do seu intestino havia torcido em torno de si mesmo, provocando-lhe uma obstrução intestinal, sendo esta a causa dos seus vómitos. Uma parte do intestino do menino necrosou, causando-lhe uma infeção muito grande que se espalhou pelo sangue.
Enquanto o menino recuperava da sua cirurgia no hospital, sofreu uma paragem cardiorrespiratória. Foram necessários mais de 25 minutos e 3 tentativas de desfibrilação para restaurar a sua circulação e o seu pulso. De facto, muito poucas crianças sobrevivem a uma paragem cardíaca com duração superior a 13 minutos.
Infelizmente e embora o menino tenha sobrevivido, foi diagnosticado em estado vegetativo persistente. As ressonâncias magnéticas do cérebro mostravam lesões graves por isquemia (falta de oxigénio).
Os seus pais estavam desesperados para tentar qualquer terapia. Como tal, contactaram a Vita 34, o banco de células estaminais do cordão umbilical, onde estava armazenado o sangue do cordão umbilical de seu filho. A infusão ocorreu 9 semanas após a paragem cardíaca da criança, tendo sido feito o follow up nos 40 meses posterior à infusão.
Follow up 1ª semana:
Quando foi internado pela primeira vez na reabilitação, o menino chorava continuamente. Uma semana após a infusão do cordão umbilical, ele parou de chorar e começou a responder a estímulos acústicos.
Follow up aos 2 meses:
Após 2 meses, o menino recebeu alta do centro de reabilitação. Durante esse tempo, a sua pontuação na Medida da Função Motora Grossa (GMFM) progrediu de 0% para 23%, e sua pontuação na Escala de Remissão do Coma passou de 33% para 92%. O menino conseguia agarrar, segurar, morder, mastigar e engolir um biscoito. Parte da sua visão foi restaurada, ele já sorria e podia dizer “mamã”. Os défices neurológicos residuais incluíam tetraparesia (fraqueza muscular nos braços e pernas), tronco hipotónico (também tónus muscular fraco) e outros sintomas clássicos de paralisia cerebral devido à lesão cerebral.
Follow up aos 5 meses:
Neste teste de acompanhamento verificou-se que o eletroencefalograma (EEG) da atividade elétrica cerebral estava normal. O menino fazia contato visual breve e era capaz de responder a perguntas apontando para os objetos, sendo que a sua fala expressiva era muito limitada.
Follow up ao 1 ano:
Foram observadas melhorias significativas no controlo motor fino das mãos, interação social e cognição. O menino já se podia sentar sem apoio, mas precisava de apoio para ficar de pé. Ainda apresentava tetraparesia espástica, principalmente nas pernas.
Follow up 2 anos:
Neste preciso momento, o paciente era capaz de se alimentar de forma independente, passar da posição de barriga para baixo, de bruços para a posição sentada e gatinhar. Já conseguia andar com apoio. O seu vocabulário consistia em 8 palavras, com pronúncia arrastada. A suas habilidades motoras finas melhoraram.
Follow up aos 40 meses:
No acompanhamento final, a sua fala expressiva avançou para um vocabulário de 200 palavras e frases de 4 palavras. Já conseguia posicionar-se em pé e andar de forma independente num treinador de marcha.
Em suma, esta “notável neuroregeneração funcional é difícil de explicar apenas pela intensa reabilitação ativa, sugerindo que o transplante autólogo de sangue do cordão umbilical pode ser um tratamento adicional da paralisia cerebral pediátrica após dano cerebral”.