Um artigo publicado na prestigiada revista Pediatrics demonstra estatisticamente que a terapia com células do sangue do cordão umbilical é um tratamento eficaz para melhorar a motricidade grossa em crianças com Paralisia Cerebral (PC). Este artigo é o resultado de uma colaboração internacional que conduziu uma meta-análise de dados de participantes individuais de mais de 400 crianças com PC de 11 estudos.
A terapia com sangue do cordão umbilical, em combinação com a reabilitação, melhora as habilidades motoras brutas em crianças com Paralisia Cerebral, significativamente mais do que apenas a reabilitação. Vale ressaltar que, em relação à fisioterapia para crianças com Paralisia Cerebral, a magnitude do efeito clínico do sangue do cordão umbilical é considerada um “grande efeito do tratamento”.
O estudo indicou que as melhorias nas pontuações motoras atingiram o pico entre 6 e 12 meses após a terapia com células do sangue do cordão umbilical (68% das crianças que receberam terapia com células do sangue do cordão umbilical tiveram pontuações mais altas do que o grupo de controlo) e que houve uma tendência de dose-resposta, com doses mais altas de células produzindo maiores melhorias nas capacidades motoras.
A análise identificou crianças com Paralisia Cerebral menores de cinco anos que tinham alguma capacidade de andar de forma independentemente ou com assistência, antes da terapia. Também foi observado que essa melhoria drástica na motricidade “grossa” é mais provável em crianças mais novas e naquelas com maior funcionalidade no início do tratamento. O diagnóstico precoce torna mais fácil para mais famílias beneficiarem da terapia com sangue do cordão umbilical durante o período de neuroplasticidade cerebral ideal. Além disso, o tratamento precoce facilita a obtenção de altas doses de TNC/kg, considerando a idade ainda jovem da criança, e permite a opção de várias ciclos de terapia antes que a criança ultrapasse a janela de eficácia terapêutica.
Detalhes adicionais sobre os tratamentos com sangue do cordão umbilical avaliados:
- O estudo recolheu dados de um total de 498 tratamentos com 447 participantes.
- A maioria das crianças tinha PC espástica (90%) e foram feitos esforços para excluir distúrbios genéticos que causam sintomas como PC.
- A idade média inicial das crianças tratadas foi de 57 meses.
- As células do sangue do cordão umbilical foram administradas por infusão sistémica em 10 dos 11 estudos, e o estudo restante foi utilizada a via intratecal.
- Em 84% dos tratamentos, o sangue do cordão umbilical veio de um dador (alogénico, aparentado ou não).
- A dose média pré-descongelação das infusões foi de 56,1 milhões de TNC/kg.
Atualmente, a terapia com sangue do cordão umbilical para Paralisia Cerebral não recebeu aprovação de comercialização em nenhum país. Os ensaios clínicos prospetivos de fase 3 deste tratamento são necessários há muito tempo, sendo que estes continuam a ser o caminho mais usual para aprovação. Enquanto isso, evidências crescentes da eficácia da terapia com sangue do cordão umbilical como tratamento para PC exigem ajustes nas políticas de saúde pública, como formação sobre o tema, organização de ensaios em estágio avançado e estabelecimento de mecanismos regulatórios para acesso ao tratamento.
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Fonte: https://bio-cord.es/noticias/celulas-de-cordon-umbilical-indica-mejoras-en-paralisis-cerebral/