Eli nasceu em 2010. Os seus pais já tentavam por muitos anos engravidar e passaram por vários tratamentos de fertilidade. Contudo, o maior desafio chegou quando Eli foi diagnosticado com doença falciforme logo após o seu nascimento.
A anemia falciforme faz com que os glóbulos vermelhos tenham um formato de foice e sejam rígidos, em vez de redondos e flexíveis. As células falciformes não transportam bem o oxigénio, fazendo com que o paciente sinta uma fadiga crónica. Por vezes, as células falciformes aderem umas às outras e formam aglomerados que bloqueiam os vasos sanguíneos. Este aspeto é muito doloroso e pode ser perigoso para o paciente, dependendo do sítio do corpo onde este episódio decorre. Existe uma ideia errada de que a doença falciforme é apenas um problema em África, porém também afeta outros grupos étnicos. A doença falciforme é causada por uma mutação genética. Quando ambos os pais são portadores desta doença, há 25% de probabilidade do seu filho herdar duas cópias da mutação e ser também portador da mesma. Além disso, muitas pessoas não percebem que a doença falciforme pode realmente impactar a qualidade de vida de toda a família do paciente, especialmente dos pais de uma criança com a doença.
Descobriu-se que Eli tinha um caso mais grave de anemia falciforme. Ele estava frequentemente anémico devido à baixa contagem de glóbulos vermelhos, adoecia com facilidade e tinha crises de dor. Muitas vezes, os pais do menino tinham que levá-lo às emergências do hospital, onde ficava internado durante estadias muito longas. Como tal, os pais decidiram consultar médicos especialistas do Boston Children’s Hospital e do Dana-Farber Cancer Institute para elaborar um plano de tratamento que proporcionasse ao Eli uma vida normal, dentro dos possíveis. Eles sabiam que um transplante de células estaminais poderia ser uma solução para a cura do menino e que um irmão seria o melhor dador. Por isso, os pais de Eli tomaram a decisão de dar um irmão, Gus, ao pequeno Eli e de guardar o seu sangue do cordão umbilical ao nascer. Além de ter o sangue do cordão umbilical, Gus era geneticamente próximo o suficiente de Eli para ser, também, um dador de medula óssea.
Em 2020, Eli tinha quase 10 anos, mas devido à pandemia da Covid-19, existiram vários atrasos e o menino só conseguiu receber o tão esperado transplante de células estaminais em maio de 2021. A família decidiu ainda aproveitar todas as opções e prosseguir com um transplante combinado de sangue do cordão umbilical e medula óssea de pequeno Gus. Um ano após o transplante de células estaminais, Eli tinha contagens sanguíneas normais e não havia nenhum sinal da doença. Eli não teve nenhuma crise de dor e nenhuma visita ao hospital desde o seu transplante.
São ótimas notícias e uma esperança para papás de meninos como o Eli!
Fonte: https://parentsguidecordblood.org/en/news/eli-cured-sickle-cell-stem-cells-brother